Capatazes Culturais

Hoje é cada vez maior a influência das produções culturais do cinema, da música e televisão, além das produções formuladas em outras linguagens, na vida das pessoas em todo o mundo. Somos todos consumidores ávidos pelas novidades do cinema, da TV, da internet e meios de informação e comunicação em geral, afinal tudo faz parte das manifestações culturais de um povo! Saiba Mais:
Mas até que ponto uma produção musical, teatral, cinematográfica, um programa de TV, a produção de um livro deixa de ser frutos da manifestação cultural de um povo para se tornar fenômeno de massa no modelo de desenvolvimento capitalista? E será que no meio de tanta informação nós paramos para refletir sobre o nosso papel enquanto consumidor para que sejamos conscientes ao nos apropriar da ideologia veiculadas nessas produções?

A indústria cultural recebe grandes investimentos de capitais de empresas, corporações e conglomerados nacionais e internacionais. São investimentos em tecnologia e formação de pessoal de modo a produzir filmes, programas de televisão, livros, programas de computador, revistas e jornais que exigem cada vez mais mercado consumidor que por sua vez exigem cada vez mais produções.

E para garantir o lucro dos seus financiadores, a indústria precisa crescer e atingir cada vez mais mercados em distante territórios e fronteiras, povos e nações, impregnando culturas e civilizações com a finalidade de tornar iguais os gostos e costumes e impondo às nações menos desenvolvidos, uma cultura única, destinada somente ao consumo.

De acordo com o filósofo espanhol Jesús Martín-Barbero isso é mentiroso -e temerário porque “Nunca fomos nem seremos iguais”. É necessário a democratização dos meios de comunicação para que tenhamos uma convivência de troca cultural entre a mídia e a sociedade, numa forma de comunicação que respeite o receptor e faça com que ele também possa ser o emissor daquilo que produz. Para Armand Mattelart isso requer de nós cautela diante das últimas tecnologias de informação e de comunicação e ao nos apropriar delas, não devemos esquecer que temos uma longa e rica tradição de reflexão acumulada pelas experiências de usos populares de tecnologias.

É preciso que o governo, a iniciativa privada e organizações não governamentais trabalhem juntos para construir políticas sociais de inclusão digital de todos os cidadão. Acredito que assim será possível manter a cultura de um povo, seus costumes e suas tradições.

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